2 de setembro de 2009

Estreando BOOOM! Entrevista: Ecos Falsos

Ecos Falsos é, sem dúvida, uma das bandas mais criativas da cena atual. E toda grande banda, tem por trás, um grande músico pensante (ou qualquer outro adjetivo que aqui se encaixe).
Começamos bem o mês de setembro. A nossa primeira entrevista é com o ex-menino prodígio e atual guitarrista e vocalista da banda Ecos Falsos, o Gustavo Martins, uma conversa divertida que vai de música a ets, que você só encontra aqui.


BM!: O que aconteceu com o DVD que vocês gravaram no show de estréia do ‘Descartável Longa Vida’?

GM: A qualidade de captação do áudio ficou horrível, hahaha! Não dá pra usar, é uma pena. Mas ainda vamos dar um jeito de recuperar aquele material. Parte dele já foi aproveitado no clipe de "Nada Não", pelo menos.


BM!: O intervalo do primeiro disco para esse que está para sair foi de quase 2 anos. Porque essa demora? Como andam as gravações do cd novo?

GM: Bom, posso enumerar uma série de fatores, incluindo a reformulação da banda depois que o Felipe saiu e entraram Vini e BB, a falta de tempo em geral e, principalmente, a ausência de músicas, hahahah. A gente até tinha algum material pronto, mas eram basicamente coisas antigas, e achamos que não fazia sentido partir dali sendo que a formação tinha mudado 40%. Então a decisão foi começar do zero, em um esquema colaborativo mesmo, todo mundo palpitando em tudo, muito diferente do que foi o "Descartável Longa Vida". O processo de gravação que adotamos foi fazer primeiro uma pré no nosso estúdio, gravando todas as músicas para acertar detalhes de arranjo, e só depois ir pro estúdio gravar pra valer, o que estamos fazendo nesse momento. E isso foi ótimo, estamos economizando tempo no estúdio e ao mesmo tempo tendo mais chances de experimentar.


BM!: O disco novo vai contar com participações especiais como as de Tom Zé e Fernanda Takai em “Descartável Longa Vida”?

GM: Provavelmente sim, mas devem ser músicos próximos do meio independente, nomes menos conhecidos do grande público, digamos.


BM!: De onde surgiu a idéia do clipe/game Spam do Amor? Ele foi mais uma das produções do Davi?

GM: Acho que foi uma mistura de ideias minhas e do Davi. Essa primeira ideia tinha sido bolada para "Dois a Zero" (antes até de lançarem o Guitar Hero, na verdade), mas a Fernanda Takai não pôde fazer, então poupamos pra uma ocasião mais apropriada.


BM!: O Ecos faria uso das rimas mais manjadas da MPB?

GM: Difícil, mas não impossível... Talvez conscientemente, querendo dar um efeito brega pra coisa. Mas "assim" e "mim" foram banidos!


BM!: Dá para viver de música independente no Brasil ou é melhor se vender pro Rick Bonadio? rs

GM: É difícil, mas não só no Brasil. Depois da internet, todo mundo está quebrando a cabeça para conseguir "monetizar" o esforço de se ter uma banda. As coisas estão muito melhores do que já foram no começo dos 2000, mas ainda existem muito mais bandas do que público, ou seja, algumas vão sobreviver, muitas não. Por isso que todo investimento tem que ser feito com cuidado. É um mundo difícil, mas ao mesmo tempo tem a possibilidade incrível de criar um público pequeno, porém fiel, que te permita fazer a música que você gosta, não existe mais a obrigação de se agradar a todo mundo.


BM!:
Quais bandas estão mostrando competência no cenário independente brasileiro?

GM: São muitas, Nevilton, Zebra Zebra, Sabonetes, Rockz, Instiga, Bazar Pamplona, Móveis, Vanguart, Charme Chulo, Zefirina, Rock Rocket, Tiro Williams... Eu prefiro as que cantam em português, mas tem muitas outras.


BM!: Pouco tempo depois de lançar ‘Nada Não’, Mallu Magalhães lançou ‘Preço da Flor’, que tem praticamente a mesma idéia. Qual foi a primeira reação de vocês?

GM: Bem, recebemos o link de fãs nossos que notaram a semelhança, e achamos engraçado, a princípio. Ficamos na dúvida se deveríamos falar algo, mas acabamos falando para evitar que, no futuro, venham dizer que fomos nós que copiamos a ideia. Mas não tenho nada contra quem fez o clipe ou ela, desejo sorte pra todo mundo.


BM!:
A MTV anda cedendo mais espaço para bandas independentes, tanto que agora, o Ecos tem um blog no portal do site. O que você achou das indicações desse ano ao VMB?

GM: Gostei muito, achei bem legal da parte deles voltar com as categorias por gênero, principalmente abrindo uma para "rock alternativo". Alguns indicados já são meio manjados, mas isso não quer dizer que não mereçam estar lá. Só acho pouco existir uma categoria apenas para premiar o videoclipe, pois existe uma produção grande e de qualidade que poderia receber mais reconhecimento. Mas os tempos mudaram, existe o YouTube, talvez focar nas bandas seja o melhor a fazer mesmo.

BM!: Dá para conciliar fácil a banda com as profissões que cada um segue facilmente ou é mais complicado seguir a profissão em que se formou?

GM: Por enquanto dá, mas é complicado na medida que impede que você possa fazer determinadas coisas com a banda, como turnês mais longas, divulgação melhor e tal. Por outro lado, manter nossos empregos nos deu uma estabilidade financeira que permitiu fazer tudo que queríamos sem pressa e com a qualidade que desejávamos.


BM!: Agora que o Suplicy já virou fã da banda, existe possibilidade de trabalhar com o Supla? rs

GM: Hahaha, não e acho que ele não ia querer também, mas nunca se sabe.


BM!: Como foi passar pelas saídas do Thiago e do Felipe? Por que eles saíram da banda?

GM:
Saída de um integrante sempre é complicado. Antes do Thiago era meu irmão, o Tomás, que tocava baixo, então já foram três saídas de integrante. Cada um teve seus motivos, em geral mudança de prioridades na vida, nunca foi briga nem nada, somos todos amigos ainda. Dá uma desanimada, mas por outro lado permite que novos elementos tragam ideias e outro pique pra banda.


BM!:
O nome da banda remete a coisas relacionadas à ufologia. Você foi raptado por ETs quando era menino? rs

GM: Que eu saiba, não! Mas caí de cabeça do cadeirão uma vez, isso me deixou com o crânio meio torto. Juro!


BM!: O que é mais importante para o Ecos: a divulgação via televisão ou via internet?

GM: A televisão ainda é muito mais eficaz que a internet em termos de alcançar novos públicos, mas é pela internet que você mantém as pessoas interessadas. Os dois são importantes, se complementam e, se você for reparar, estão ficando cada vez mais parecidos.


BM!: Qual a coisa mais estranha (depois de entrevistas como essa) que vocês já passaram?

GM: Acho que minha infância como garoto prodígio já foi tão estranha que pouca coisa me surpreende hoje, hahaha! Mas já tivemos muita gente tentando passar golpes na banda, isso sempre é estranho e desagradável.

5 Responses to “Estreando BOOOM! Entrevista: Ecos Falsos”

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

gostei das perguntas...
o (a) entrevistador(a) dá para um bom reporter

Gabriela disse...

A entrevista tá bastante interessante e a banda é realmente muito boa!
O blog de vocês é ótimo!
Sempre leio, mas nunca comento :X
Continuem nos apresentando a boa música do nosso país (:

nilo disse...

ae mascote (e pessoal que eu não ainda não conheço).
tá cada vez melhor isso aqui, hein? a entrevista foi muito bem feita(e falo isso como jornalista).
parabéns.
abração

Érica Santana disse...

Ecooos Falsos, desde a 1ª vez que vi (Programa do Jô) apaixoneei. Spam do amor é agora musica que mais escuto HAHAHAH

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